Nasceu em Shooter's Hill, perto de Londres, e foi educado no Wellington College. Era filho de um administrador dos correios e teve uma carreira muito variada: desde agricultor no Canadá, a empregado de hotel, a barman, modelo, Jornalista do New York Times, homem de negócios e professor de violino (?!). Foi nos anos 30 que regressou a Inglaterra onde começou a escrever contos do sobrenatural. Teve muito sucesso e escreveu pelo menos 10 colecções de pequenos contos, chegando a ser chamado para os contar em rádio e televisão. Escreveu também alguns livros para crianças e várias peças de teatro.
Blackwood era um amante da natureza e da vida ao ar livre, o que explica que as suas histórias se passem sobretudo em paisagens campestres e áreas rurais intocadas pelo Homem. Blackwood era exímio em criar florestas densas, rios estagnados, montanhas rochosas que nunca foram exploradas pelo homem e onde ele não é bem vindo. Ele não apenas descreve o ambiente, mas evoca uma sensação de ameaça pois tudo é absolutamente escuro, sinistro, assombroso.
Blackwood consegue ser brilhante num tipo bem específico de horror: o pavor do desconhecido, do que não pode ser compreendido, ou ponderado racionalmente e muitos dos seus mistérios são deixados em aberto intencionalmente, o que muitas vezes se torna perturbador.
Algernon Blackwood é um verdadeiro mestre e o mais incrível é que não se sabe ao certo quantos contos escreveu. As suas obras procuram sobretudo provocar desconforto e são tão bem sucedidas que H.P. Lovecraft as considerou "os melhores contos weird do seu século e... de qualquer outro". Só é pena ele não ser tão lembrado como outros mestres da sua época.
Um senhor. E um grande escritor, não é por acaso que é o preferido do Lovecraft.