Estou de regresso a este acolhedor espaço, hoje para vos falar do Rock/Metal como estilo de vida e de algo que o tem acompanhado desde o início: o preconceito.
Como é sabido por uma boa parte de vocês, principalmente por aqueles que se identificam com o tema, o Metal não é apenas um gosto musical, mas muito mais que isso. Os "headbangers” como são conhecidos, vivem intensamente a música que ouvem e tornam-na num estilo de vida nem sempre compreendido, talvez pelo seu passado cheio de sexo e/ou drogas ou pura e simplesmente porque é divertido gozar com eles. (Cabe-me também dizer que apesar disso, este estilo de vida não é um requisito. De facto eu actualmente encaixo-me na categoria de apreciador de Metal sem que isso se reflicta muito na minha aparência, salvo umas quantas t-shirts e obviamente durante os concertos, apesar de ter tido cabelo comprido durante alguns anitos...).
No entanto e ao contrário daquilo que as pessoas normalmente pensam, os metaleiros (pelo menos a grande maioria) são pessoas completamente normais com qualidades e defeitos! Não se trata de uma “raça” à parte da espécie humana, uma espécie porca e cabeluda cuja linguagem se baseia em grunhidos, embora na maior parte das vezes o preconceito da sociedade para com eles o faça parecer.
Quem nunca sofreu com isso pode achar exagero, ou serem apenas brincadeiras do tipo passar uma miudinha por ti na rua e dizer: "Tu és feio!" ao que respondes com uma careta que faz com que ela saia a correr lavada em lágrimas, ficando traumatizada para a vida (ehem, nunca aconteceu...) mas outra coisa é... bem... quando alguém é impedido de conseguir um emprego ou uma promoção apenas pelo facto de ter o cabelo um pouco mais comprido que o habitual, estas pessoas são julgadas sem hipótese de mostrar o seu potencial e provar que são tão bons ou melhores que qualquer “betinho” que nem tem personalidade própria.
Apesar disto é engraçado que vários “intelectualóides” como artistas, poetas ou pensadores usem cabelo comprido e barba mal feita e no caso deles isso seja associado à sua "genialidade" enquanto no caso dos jovens metaleiros isso é sinal de delinquência e má aparência - não digo que todos possuam a dita genialidade, mas mesmo que fossem possuidores dela eram "crucificados" antes de terem oportunidade de a demonstrar...
Bom, mas como nada é perfeito não pensem que quero com isto dizer que os metaleiros são seres imaculados e que eles seriam os senhores do universo numa sociedade utópica em que a fonte de energia-base utilizada pelos humanos seria o hidrogénio (é o futuro!), afinal há muitos metaleiros mete nojo entre eles e é por culpa desses totós que o metal tem a péssima reputação que tem, mesmo que a grande maioria não se encaixe nesse perfil (bem, a vida é mesmo assim...).
Não pretendo com este texto enfatizar a "superioridade" de ninguém em relação aos outros, o que quero chamar à atenção com estes exemplos é para o facto de as pessoas serem discriminadas e censuradas apenas por não segurem certas “modinhas” ou serem um pouco diferentes.
Bem sei que o preconceito não acontece apenas connosco (era bom que assim fosse), pois há pessoas rotuladas por razões que nada tem a ver com a preferência musical ou mesmo com a aparência, há situações tão imensamente graves em relação a sexo, raça ou religião, que um blog inteiro não cobriria, mas é um assunto sempre importante e que merece alguma reflexão.
Se esta crónica serviu pelo menos para isso, já é uma vitória!
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É bem verdade. Há pessoas que são rotuladas pela aparencia sem terem chance de mostrar o que valem porque hoje em dia a imagem é tudo.
E quem diz os gajos do metal diz outra pessoa qualquer mas este é um exemplo de como a sociedade está uma merda!
Mais uma grande hm chronicle!!! Quero ver o que é que vais falar a seguir!