● The HM Chronicles: I - O Despertar

31 julho, 2009
Esta será uma série de textos que quando concluídos formarão as The HM Chronicles (sendo que HM simboliza obviamente Heavy Metal!). Estas crónicas servem apenas para atingir um patamar um pouco mais alto a nível de parvoíce, estupidez, maluquice e cultura (in)útil neste blog. Espero que seja do agrado de todos! (Se não for tenham paciência, mas não devo fazer grande coisa em relação a isso...)
Aviso: O conteúdo que se segue poderá conter palavras e/ou expressões susceptíveis de ferir a sensibilidade dos leitores sendo por isso interdito a menores de 18 anos, por isso se for menor de idade ou nunca tiver lido a palavra "merda" até hoje... Agora já leu! Todos os factos expressos no texto publicado a seguir não são pura ficção. Qualquer semelhança com a realidade é propositada (ou não...).

Será melhor então começar pelo inicio (eu podia começar a contar a partir da actualidade e fazer referência ao passado através de flashbacks, mas não vale a pena o trabalho).
Seguindo esta lógica vou falar-vos daquele que é um dos momentos mais marcantes para qualquer fã de música que é quando... por mero acaso... ou não... ouvimos aquele som que nos deixa completamente estupefactos e a perguntar como é que é possível existir algo tão genial sem nunca ter dado por isso! A origem da nossa paixão pelo Metal!
Podíamos falar do primeiro concerto a que assistimos, mas como na maior parte das vezes ficamos alegremente alcoolizados logo nas primeiras músicas, ou inconscientes devido aos moches é um complicado exercício mental tentar recordar esses momentos - fica para um outro dia... talvez na próxima crónica - pelo menos essa é a ideia que tenho... mas chega de tretas, prestem atenção porque este é um registo histórico que vai ficar para sempre nas vossas memórias...

Apesar de só ser verdadeiro fã e seguidor de Rock/Metal desde os meus 15 anitos, digamos que não foi com essa idade a minha primeira experiência com música deste gabarito, já que o meu pai tem aquilo que eu gosto de chamar uma “wicked vinyl collection” de bandas como AC/DC, Van Halen, Ramones ou Motörhead, que eu ouvia desde pequeno quando ele punha a tocar, mas na época nunca tinha tido a noção do quão grandiosas essas bandas eram, muito menos que iria venerá-las anos mais tarde (quando o meu pai punha os vinis a tocar o que eu fazia era do tipo Run to the hills/Run for your life... por isso nunca as tinha ouvido com a atenção devida)...

A minha introdução ao Metal propriamente dito, aconteceu então (tal como a mítica história de “Le Papier”) numa aula de Oficina de Artes, em que fomos autorizados a ouvir música na aula, mas o problema de se ter apenas um rádio para uma turma inteira é que passámos metade da aula a discutir que CD se iria enfiar lá dentro... (E normalmente não era de Metal pois ao fim do primeiro refrão já estavam a pedir para destruir o rádio... isto se a dita música tivesse refrão caso contrário seria ao fim do primeiro riff... refrão, riff topam?!)
Visto não terem ganho a luta sobre a música que ia tocar, o pessoal que tinha leitores de CD’s sacou deles e a partir daí reinou a paz... tirando os habituais perjúrios ao artista que eventualmente estivesse a passar naquele momento. Nessa altura expressões do tipo: “Este gajo é uma m****!!!" (palavra censurada devido ao aviso feito acima) ou “Tu é que és!” e ainda “Deviam fazer frango assado todos os dias na cantina!” ou “Dá-lhe Adélia!” inundavam a sala...
Entretanto, eu tinha acabado o trabalho mais cedo - e gostava de me recordar em que consistia o dito, pois foi uma ocasião não muito comum, já que eu era por norma um dos últimos a acabar o que quer que fosse naquelas aulas... (talvez não tivesse material, o que também era recorrente, mas normalmente eu era extremamente perfeccionista e gastava muito tempo em pormenores até achar que estava perfeito) - e pedi ao Sérgio (era ele quem mais promovia o Metal na turma, mas independentemente disso está lá sempre nos momentos revolucionários, é impressionante!) se podia ouvir qualquer coisa no “Discman” dele. Ele concordou imediatamente mas avisou-me que podia achar violento o CD que lá se encontrava - Master of Puppets de Metallica.
Fiquei intrigado, mas na altura não liguei ao aviso, ainda menos quando ouvi os primeiros acordes (em guitarra acústica note-se) de uma música chamada Battery (!!!) eu apenas pensei: Isto é bonito! (lol) Mas a calma inicial depressa deu lugar a riffs rápidos e agressivos e eu fiquei literalmente sem reacção a ouvir aquilo até ao fim. Logo a seguir veio a fantástica Master Of Puppets, (que ainda hoje se mantém como a minha música preferida sem contestação) da qual eu fiz questão de ouvir todos os 8:35 minutos, embora no final da música eu estivesse nitidamente a precisar de uma pausa!
O resultado final foi algo deste tipo:

O Sérgio veio pouco depois ao pé de mim com uma cara do tipo “deixa lá que isso passa” e deu-me o Black Álbum também de Metallica e disse tratar-se de um álbum um pouco mais calminho. Eu perguntei quais eram as melhores músicas ao que ele respondeu: “Todas!”
Quanto ao resto, bem...
Depois desse dia, nada mais foi o mesmo... Embora isto fosse apenas o início de uma loucura underground que se começava a propagar pouco a pouco na escola, não demoraria muito tempo até se começar a ver três tipos com dois pares de headphones e dois “Discmans” cuidadosamente sincronizados na música “Fear of the Dark” num esquema do tipo OIIOIIO sendo que os “I” representam headphones ligados ao respectivo "Discman" e os “O” são as cabeças em constante abanão a trautear o ôh-ôh-ooh de Fear Of The Dark... o vírus estava a espalhar-se!...

Eu gostaria de dizer agora que a partir daquele momento a escola em peso aderiu ao Rock (já nem falo em aderirem ao Metal...), mas a verdade é que havia apenas um grupo de alunos que se mantinha fiel a este tipo de música e por mais que nós tentássemos este não aumentava... Um exemplo é o caso das festas da escola, se algum DJ tivesse a triste ideia de passar Rock ou algo do género, uma sala cheia de alunos passava a ter apenas meia dúzia de gatos pingados a abanar a cabeça, pois o resto partia em debandada! Mas se no momento imediatamente a seguir, o dito DJ passasse um tal de hip-hop ou um dance musiczinho era ver a loucura de volta.
Mas nós nunca desistimos e sempre tentámos atrair mais iniciados à nossa causa (não, eu não fiz parte da Máfia) mas a verdade é que o Metal sempre foi uma espécie de culto underground (esta expressão ainda o faz parecer mais brutal, apesar de na realidade já o ser...) e é assim que continuará a ser!


Não percam a próxima crónica que será lançada brevemente (que é como quem diz daqui a umas semanitas porque isto dá um certo trabalho e eu tenho mais que fazer, afinal estou de férias) e que realmente tentará falar do primeiro concerto de Metal relevante o suficiente para poder ser considerado o “Baptismo de Fogo”!!!!! (Adoro esta expressão, vai ser muito “hot”... estou realmente a começar a dominar isto dos trocadilhos...)
Comentários
5 Comentários

5 Comentários :

  1. Anónimo disse... :

    Hey está tudo bem? Grande parvoíce esta crónica. Até tens jeito para escrever mas és um bocado parvalhão lol Estou ansioso por conhecer um bocadinho melhor da históra inicial do metal underground .l. Já agroa diz-me uma coisa porque é que no teu blog só falas do pssado? Não há assm nenhuma história mrada do teu presente? Do mesmo calibre das tuas anteiores histórias ou melhor ainda?

  1. Room401 disse... :

    Grande história e grande tema só mesmo tu para te lembrares de uma cena destas lol!!

    Fico à espera dos próximos capítulos!!!!

    Dá-lhe Adélia!!!!

  1. Denim disse... :

    Já há bue que não passava por aqui mas tou a ver k não perdeste o jeito para a coisa!

    Grande texto dá-lhe com força!

  1. Anónimo disse... :

    "dois “Discmans” cuidadosamente sincronizados na música “Fear of the Dark” num esquema do tipo OIIOIIO sendo que os “I” representam headphones ligados ao respectivo "Discman" e os “O” são as cabeças em constante abanão a trautear ôh-ôh-ooh..."

    Voces deviam fazer ma figurinha lol se esses gajos forem tão malucos como tu dás a entender nessa escola devia ser palhaçada todos os dias lol

  1. Dih disse... :

    Continuas a escrever muito bem devias pensar em escrever um livro com as tuas aventuras todas!!!

    Ia ser um sucesso!!!

    Beijinho

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