No passado domingo chegou ao final aquela que é provavelmente, junto com The Sopranos, a melhor série dramática da história da televisão: Breaking Bad.
A história do pacato professor de química que se torna num autêntico rei da droga foi um sucesso incrível tanto de pública como de crítica (é a série mais bem cotada de todos os tempos, segundo o Guiness) graças a personagens carismáticos, formato ousado e um enredo fenomenal cheio de diálogo brilhantes em 62 episódios inesquecíveis.
Em Breaking Bad seguimos Walter White (Bryan Cranston), um recatado professor de química que é diagnosticado com cancro de pulmão inoperável. A notícia cai como uma bomba na família de Walt, e apanha completamente desprevenidos tanto a esposa Skyler (Anna Gunn) como o filho Walter Jr. (RJ Mitte), que sofre de paralisia cerebral, que vivem do modesto salário de Walter como professor de liceu. Preocupado com o futuro da família e disposto a encontrar uma forma de subsistência para eles após a sua morte, Walt seguiu a forma mais rápida de se ganhar dinheiro, mas também a mais perigosa e aventura-se no mundo das drogas. Em conjunto com o antigo aluno Jesse Pinkman (Aaron Paul), Walt começa a produzir metanfetamina, que graças à sua genialidade se torna num produto altamente procurado pelo seu elevado grau de pureza, que vai alterar não só a sua vida como a de todos aqueles que o rodeiam.
A série acompanha o caminho obscuro trilhado por Walt de forma tão real e visceral que assusta ou dá náuseas em diversos momentos de tal forma que nunca a situação é tão má que não possa piorar. A narrativa é nervosa e imprevisível, e qualquer que seja o personagem por quem se torce uma certa: ninguém está a salvo, até porque aqui não há propriamente heróis nem vilões (pelo menos não no sentido tradicional da palavra, embora algumas associações possam ser feitas).
O núcleo de personagens são todos muito bem construídos e a sua evolução é constante: seja Walter e a sua transformação no "vilão" Heisenberg, ou Hank Schrader (Dean Norris), o cunhado de White e agente da DEA que se torna cada vez mais sombrio na sua busca por Heisenberg mas que ainda parece ser o mais próximo de um "herói" presente na série, e ainda o advogado criminoso Saul Goodman (Bob Odenkirk) que comicamente vai livrando Walt e Jesse das enrascadas em que estes se vão afundando.
Breaking Bad está repleta de reviravoltas e sequências de tirar o fôlego, além de muito nonsense, sem nunca perder de vista a qualidade a que habituou os fãs desde o primeiro episódio. Agora que chegou ao final, parece que a AMC vai apostar num spin-off baseado na vida de Saul Goodman, o que nos vai permitir matar saudades desta que se tornou num marco da televisão americana. Só é pena que não seja tão conhecida assim em Portugal, mas ainda vai a tempo.
Para quem ainda não conhece, façam um favor a vocês próprios e vejam. É simplesmente uma história fantástica com personagens que vão odiar adorar e adorar odiar!
