Hoje regresso com as HM Chronicles, e decidi falar de um dos fenómenos mais incríveis a que é possível assistir no mundo do Rock e que se pode considerar um dos maiores momentos da vossa vida, no caso de gostarem, ou uma seca monumental que vos provoca um certo mal-estar na zona dos intestinos no caso de não gostarem: A Rockalhada Épica!
A Rockalhada Épica é um fenómeno durante o qual uma determinada banda (ou no caso das bandas de rock psicadélico dos anos 60 e do rock progressivo dos anos 70, TODAS!!!) lança músicas absurdamente longas, podendo tocar 5607829 notas por minuto ou não e mudam de ritmo um milhão de vezes ao longo do petardo.
Bandas como Dream Theater, King Crimson, Pink Floyd, Tool, Yes, entre tantas outras, tocam deliberadamente músicas enormemente complexas, quase impossíveis de reproduzir uma segunda vez, onde a única coisa que importa é a técnica superior, sendo que o resto é secundário, incluindo por vezes as letras... claro que há excepções onde de facto existe letra aqui e ali... mas o instrumental é claramente o ponto forte...
Se este processo for bem feito, principalmente em concertos, é algo memorável e que cativa o público, levando-o a uma espécie de nirvana musical, mas há também o outro lado em que o exagero é levado ao extremo... ou então apenas corre mal! Quando isto ocorre o público pode exibir sintomas de cansaço crónico, dores de cabeça de uma gravidade extrema, náuseas, e coisas assim... Há quem diga que o único propósito destas músicas era deixar um ou dois músicos no palco a fazer solos como se não houvesse amanhã durante 20 minutos, para que os restantes pudessem ir à casa de banho ou deixar as groupies fazer o servicinho delas...
Como aparentemente este epicismo mais extremo se tornou difícil de engolir, eventualmente nasceu o Punk, que é o completo oposto deste fenómeno, onde as músicas são curtas, com apenas dois ou três acordes, que qualquer pessoa consegue tocar, ritmos simples e letras com que as pessoas se identificam facilmente.
Uma outra forma de Rockalhada Épica, e esta talvez aquela que é mais notada é o Riff Épico!
Este Riff é aquele pequeno (por vezes nem tanto) conjunto de acordes no qual se baseia toda a construção da música, e que é imediatamente reconhecido pela generalidade das pessoas, mesmo aquelas que não conhecem o género de música onde este está inserido. As pessoas podem não conhecer o nome da banda, nem mesmo o nome da música, mas conseguem trautear o riff e quando lhes é mostrada a resposta, é certo que a reacção delas será do tipo: "É essa toda!"
Alguns exemplos desses riffs podem ser os seguintes:
Metallica - Enter Sandman;
Iron Maiden - The Number Of The Beast;
Quase todas a músicas de AC/DC se encaixam aqui;
Nirvana - Smells Like Teen Spirit ou Come As You Are;
Guns N' Roses - Sweet Child of Mine;
Led Zeppelin - Stairway To Heaven;
Deep Purple - Smoke On The Water;
Rolling Stones - Satisfaction;
Os Beatles têm várias músicas deste tipo;
Pink Floyd - Another Brick In The Wall;
Europe - The Final Countdown;
Survivor - The Eye Of The Tiger;
entre tantas outras...
Podem sempre pesquisar estas músicas para ver se tenho ou não razão! Mesmo que alguns destes nomes não vos digam nada assim de repente, depois de as ouvirem vão agradecer-me (eu também aceito donativos).
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looooooool muito engraçado!!! Estas crónicas estão cada vez melhores. Parabéns!